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terça-feira, 8 de janeiro de 2008Comecei a escrever este texto como uma reflexão sobre meu ano de 2007 e minha mania de querer carregar o mundo nas costas, de tentar estar presente em tudo, fazer mil coisas ao mesmo tempo, participar, resolver, opinar, ouvir, abraçar causas, executar, pôr a mão na massa e ainda querer que sobre tempo, no fim do dia, para relaxar com os pés pra cima.E, colocando na ponta do lápis, não foram muitas as vezes que consegui estar com quem realmente importa, com as pessoas queridas. Talvez seja essencial mudar. Em vez de abraçar o mundo, grande demais para meus braços, eu devesse abraçar mais meus amigos. No lugar de reclamar com o colega ao lado por ter que virar mais uma noite trabalhando, eu pudesse ligar para uma pessoa querida e colocar o papo em dia, em dez minutos, e ainda rir um pouco. Poderia escrever mais cartas ou e-mails, textos no blog, cartões de aniversário, poderia cantar mais no trânsito, tomar café com três amigos em vez de um só, esticar por mais 30 minutos na hora do almoço, saber melhor o que está acontecendo nas vidas das pessoas que cresceram comigo, da minha família, dos casais de quem sou madrinha de casamento, dos filhos deles que estão nascendo, e da galera que mora fora do país. Em um dos melhores livros que já li, Extremamente Alto, Incrivelmente Perto, o personagem Oskar viaja em seus pensamentos com algo que encaixou bem em minha auto-reflexão: Precisamos de bolsos muito maiores, pensei ao deitar na cama, contando os sete minutos que uma pessoa leva em média para dormir. Precisamos de bolsos gigantescos, bolsos grandes o suficiente para nossas famílias, nossos amigos e até mesmo as pessoas que não estão em nossa lista, pessoas que nunca conhecemos mas ainda assim desejamos proteger. Precisamos de bolsos para distritos e cidades, um bolso que pudesse conter o universo. Minha resolução de ano novo é ter uma vida mais cheia das pessoas que considero mais importantes. Menos máquinas, menos empresas, menos tempo contado para relaxar. Com mais atenção a mim e aos meus. Ouvir mais e melhor, rir mais, contar mais histórias e criar novas. Menos mundo, menos negócios, menos tudo por obrigação. Um ano mais humano, mais simples, mais alegre. 2006 foi um ano de plantar, difícil, trabalhoso. 2007 foi um presente para mim, a colheita trouxe grandes alegrias. 2008 será o ano de aproveitá-las, de saborear. E o que quero para mim é o que desejo a você, claro. Felicidade, sempre. E obrigada pelo carinho e paciência daqueles, queridos, que ainda entram nesta casinha abandonada e me deixam mensagens. Servido por Silvia C Planet às 10:22 . | |
