Sil Curiati é paulistana, amante do Rio,
ex-moradora de Miami, de volta à terra da garoa.
Curte comes e bebes, é nos jantares que dá em casa que ouve os maiores
absurdos publicados neste blog.
Vive com música nos ouvidos e nos pés.
Um dia será dançarina e fará
propaganda nas horas vagas.
Vive sonhando acordada, também.
30 Carnavais, mais de 120 cidades no currículo.
Tudo na vida acaba um dia, isso deve mesmo ser verdade. Até as tradições. Repare como o "Parabéns a você" está ficando cada vez mais rouco, sem voz: as pessoas se reúnem ao redor do bolo, batem palmas, gritam, assobiam, iniciam um "Parabéns a você, nes...." e a partir daí já vira zona. Aplausos ruidosos para encobrir o tom desafinado dos poucos que tentam manter a música como fundo da celebração. Cada um num tom, num volume, numa velocidade. Bagunça, um montão de pique, um montão de hora, oras bolas, rá-rá-tim-tim-bum-bum. A realidade se assemelha à velha canção complementar dos caras-de-pau "eu só vim pra comer, o presente que é bom, esqueci de trazer."
Eu vim porque queria contar uma história. Estava com ela presa entre o peito e a boca do estômago, dando comichão, querendo sair... então corri e abri esta página em branco. Mas pareceu que a história já era. Está dormente, talvez com medo da exposição. Resolveu ficar quietinha aqui, como a criança que abraça a perna da mãe se escondendo do estranho que se aproxima e quer brincar. A história se agarrou em mim feito bicho-preguiça, feito bebê-canguru, porque é bem lá que ela se abrigou. Me disse baixinho que ainda não é uma boa hora. Mas que já, já. Está se preparando, quase pronta, madura. E pela primeira vez eu realmente compreendi o sussurro. Sorri, e aceitei. Porque eu sei que quando ela resolver se mostrar, ah... quando ela realmente sentir-se plena, meu amigo, ninguém segura! Será apaixonante.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente, y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca. Parece que los ojos se te hubieran volado y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma emerges de las cosas, llena del alma mía. Mariposa de sueño, te pareces a mi alma, y te pareces a la palabra melancolía. (...)
Quer mais? Neruda. Vai ser bom assim lá no abidigá-bidigô.