Sil Curiati é paulistana, amante do Rio, ex-moradora de Miami, gosta mesmo é de viajar.
Curte comes e bebes, é nos jantares que dá em casa que ouve os maiores
absurdos publicados neste blog, e se inspira também.
Vive com música nos ouvidos e nos pés.
Um dia será dançarina e fará propaganda nas horas vagas.
Vive sonhando acordada, como boa pisciana.
32 Carnavais, mais de 150 cidades no currículo.


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"There is no love sincerer than the love of food."
George Bernard Shaw



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Alka-Seltzer para paladares psíquicos:

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Estrela de Maio
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My Blue Box
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Vestida de Noiva

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quinta-feira, 11 de março de 2010

Essa coisa de fama virtual é muito curiosa.

A princípio, nos primeiros contatos com a facilidade de se chegar à ribalta, a pessoa fica viciada. Cria blog. Entra em todas as redes sociais. Faz muitos amigos. Quer mais amigos, mais seguidores, escreve posts a cada 2 horas e posta nas redes sobre esses posts incessantemente. Fica checando se há comentários. Se são bons. Se entrou muita gente no blog. Se não entrou, porque não entrou. Onde estão entrando e de que estão falando. E se eu falar do tema. E se eu ameaçar sair do ar. E se eu mudar meu layout. E se eu criar uma polêmica.

Viciada não. A pessoa fica doida, mesmo.

Mas isso não é crítica minha a ninguém. Porque isso é normal. Um senso de sobrevivência bizarro, como a internet sendo darwinista e determinando que só os melhores irão sobreviver. Natural mesmo.

O problema é quando isso dura mais que um mês, ou dois. Daí caracteriza uma patologia. Porque a pessoa deixa de fazer as coisas porque ama, porque tem afinidade ou aptidão, e passa a fazer em função do outro, em função de uma meta de fama virtual, de um objetivo efêmero e raso.
E quando é criticada, leva aos extremos. Enche a rede de amargura com o seu sofrimento. Reclama dos reclamões, critica os críticos, e faz tudo no mesmo nível (baixo) de educação que os que causaram tamanha dor. Usa palavras melhores, mais escolhidas, mas ainda assim, segue ferindo o direito de expressão do outro porque o seu foi ferido, e cria uma pseudo briga entre famosos e escondidos. Promove uma caça aos IPs. Bloqueios. Passa nervoso. Fica genuinamente triste e machucado. Sofre.

Sei lá. Na época em que virei blogueira, lá nos idos de 2003, eu não tava nem aí. Escrevia porque queria um canal com meu país, já que morava fora. Falava das minhas experiências, sem muito brio no texto. Contava "causos", inventava histórias.
E sei que só tive leitores porque me apaixonei por outros blogueiros que já nem blogam mais, e passei a ser leitora assídua de seus excelentes textos. Excelentes, eu repito. Gente muito, muito boa, que fazia verdadeiras comédias e dramas com suas palavras. Talvez poucos os conheçam hoje, pena. Tive sorte de ser contemporânea.

E alguns deles, como também eram apaixonados por conhecer novos talentos, novas opiniões, passaram a frequentar o Salón. Isso me fez ter muitos acessos diários, e muitos, muitos comentários. Tenho um livro impresso em casa com isso, porque na troca de tecnologia, perdi essas preciosidades.

Era bem saudável. Às vezes surgiam comentários baixos, pesados. Mas não dava pra monitorar muito. Os outros leitores discutiam e tudo se resolvia. Ninguém se expunha mais que o necessário. Porque no fundo, todos estavam lá porque amavam o canal novo que tinha surgido, e tinha muita, muita coisa boa pra pôr pra fora.

Até que a fonte secou. Uma hora, a inspiração se foi e eu abandonei o Salón. Mas não deletei, porque amo muito esse lugar pra apagá-lo da minha vida. Quando releio textos antigos, lembro de amigos e desconhecidos que comentaram isso ou aquilo, e que me inspiraram para um próximo texto.

Hoje vejo muita picuinha nos blogs. Não é crítica, é observação. Perde-se muito tempo comentando negativamente posts, desaprovando comentários negativos, e criando uma guerrinha boba que não leva a nada, a não ser a preguiça de leitores bem intencionados.

Raramente comento nos blogs. Por nada, porque não me sinto motivada mesmo. Quando dá vontade, escrevo. Procuro comentar quando é positivo, mas já aconteceu de eu precisar dizer que discordo. Sempre educadamente, porque não há razão para ser diferente.

O que quero dizer é que concordo que haja um excesso de maldade em comentaristas anônimos, mas concordo com esse post aqui (muito bom e bem escrito) que fala de quanto tempo é perdido em torno dessas bobagens.

Isso torna esse meu post mesmo uma grande bobagem, falando do tema que não merece ser falado. Mas eu tinha que dizer, porque depois que li o post do link acima, me lembrei de como me sentia como blogueira ativa há anos atrás. E é muito diferente do que muitos dos blogueiros de hoje me transmitem. Me dá uma nostalgia pequenininha. Sensação de vovó quando diz "no meu tempo era diferente".

Reativei o Salón, abri o My Blue Box e o Fleur d'Épices por uma única razão. A mesma que sempre me fez escrever. Minha satisfação. Minha vontade de expressar minhas paixões.

Se vão ficar famosos agora? Duvido. Se eu terei o "status de blogueira" que tinha há anos? Certamente não. Se isso me incomoda? De jeito nenhum.
Como muitos de vocês, talentosos blogueiros (que talvez nunca leiam esse post), deveriam não se incomodar também.

Espontaneidade é uma das coisas mais belas que existe no ser humano. Deixe ela existir, não tente podá-la. Quanto ao problema (grave) da falta de educação... é um problema do outro, certo? Não seu. "Deixe que ele resolva", diria minha terapeuta.

Ainda bem que nada é unânime, e existem blogueiros sensacionais, escrevendo maravilhas e fazendo nossos dias melhores, ainda mantendo aquele espírito de "antigamente" de usar o blog pra algo mais simples e sublime que apenas a fama.


Leitura obrigatória de antigamente, e de hoje quando ainda escrevem: Morfina da Van, Verissimos da escumalha, Ao Mirante, Nelson, Jayme e Dito Assim, Anninha Maron, Cris Dias, Epinion da Paula Abreu, Blog'n'Roll do Boechat, Bravo Figaro do Gui, 3 Minutos do Masili, Carne Crua do A. :), Monsterdays do Tonim, Muito Suspeito da Dandan, Vida + ou - do Daniell, Eufonia do Barizon, Afrodite da Claudia Letti, Meditabundas e MegaZona de Nego Lee e companhia, Pura Goiaba do Ruy Goiaba, Nêga do Leite da Gabi, Pensar Enlouquece do Inagaki, Tudo Sempre Igual da Luana, Lixomania do Klein, Perto do Coração Selvagem do Guiu, Poucas e Boas da Ju - que na verdade, foi a pessoa que me fez blogar.


Servido por Silvia C Planet às 18:26 . |