Sil Curiati é paulistana, amante do Rio, ex-moradora de Miami, gosta mesmo é de viajar.
Curte comes e bebes, é nos jantares que dá em casa que ouve os maiores
absurdos publicados neste blog, e se inspira também.
Vive com música nos ouvidos e nos pés.
Um dia será dançarina e fará propaganda nas horas vagas.
Vive sonhando acordada, como boa pisciana.
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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

No meio da febre que contamina fashionistas durante a SPFW - e que já veio ardendo lá do Rio, na semana anterior - muita gente resolve discutir o "mundo real" e fazer comparações, traçar paralelos e criticar, literalmente, o que está acontecendo aqui na Bienal, à luz de fatos mais graves como o que acontece hoje no Haiti, por exemplo.

Parece óbvio pintar uma semana da moda de "fútil" e criar caso porque fulano ou cicrano está curtindo um desfile, fazendo mais compras e aumentando seu closet, enquanto haitianos sofrem saques e falta de comida e água.

Se futilidade fosse o tema, diria que a indústria da moda é tão fútil quanto a de novelas e seriados, ou de música, ou de restaurantes, que trabalham com o supérfluo de forma profissional. Mas superficialidade não é exatamente isso. Não é o que eles fazem. São indústrias, e claro, precisam inovar, gerar capital, fazer a máquina rodar.

A moda é um código de comunicação, a roupa usada é uma maneira de expressar uma mensagem. Isso tem profundidade, sim. Uma foto de moda conta uma história (ontem vi um programa sobre o La Chapelle na GNT, e babei!). Um desfile tem um contexto. Uma coleção tem uma referência, e pode contar muitas novidades a leigos.
Ninguém questiona a profundidade da arte, como um todo. E a moda é uma arte, também.

Quem fica no raso são as suas vítimas, achando que usar o que foi ditado faz com que pertençam a um mundo diferente, feito para poucos. Esnobe, inatingível. Algo que nem tem sido falado, mais. A moda tem sido cada vez mais acessível a todos (veja bem, não falei as grifes, falei a moda como um todo).

Hoje em dia há uma abertura muito maior pro que é diferente, para quem pensa moda de outro jeito e reflete naquilo que cria, para a simplicidade, o democrático hi-lo, para quem cobre a moda com mais leveza e descontração - haja visto a quantidade de blogueiras (Cris e Fê, Camila, Vic, Julia e suas equipes, entre outras) que estão pra lá e pra cá, contando novidades mais frescas que a imprensa oficial, e fazendo questão de mostrar do mais simples ao mais sofisticado.

Eu acredito que a moda possa mudar alguns mundos, pois tem o poder de criar tendência como poucas outras indústrias. Tem uma voz mais forte que muito eco por aí. Cria personalidades, e essas, ganham poder de expressão e podem fazer diferença. Define o valor da troca, da reciclagem, da reutilização, da renovação.

Não estou dizendo que todas as modelos e estilistas fazem algo pelo mundo e pela sociedade, mas estou tirando muitos deles da berlinda em que pessoas críticas os colocam. Coisas que andei ouvindo por aí.

Eu sou fã do que é belo, e gosto de ver tudo isso acontecendo. Não passo perto de ser fashionista porque não sei ser; não torro o meu salário em roupas (gasto muito mais em livros e revistas, na verdade, porque me encaixo melhor na observação), mas adoro aprender as novidades, reparar nas cores, formas, texturas. Adoro usar, também, lógico. Provavelmente, se eu começasse a mergulhar nisso tudo, acharia uma delícia estar cada dia com um look incrível e inspirado (tipo a Andy, em O Diabo Veste Prada). Que mulher não adoraria um extreme makeover, do cabelo aos pés?

Acho que quem sai metendo a língua na moda não tem reparado as grande mudanças que surgiram, escolheu estar preso a um estereótipo antiquado.

E colocar tudo isso num pacote com tragédias horríveis para simplesmente criar comparações desconexas, apenas para que o feio seja destacado em um pano de fundo belo, não é para quem sabe o que está falando. É uma mania que algumas pessoas têm de só espalhar o que é ruim, sem agregar nada, sem deixar uma mensagem válida no final.

Falar do horror para tirar lições, conhecer o outro lado da gente, aprender o desprendimento, a doação (de tempo, de comida, de roupa, do que for!) é válido e importante. Depreciar o que é bom sem fazer nada para melhorar o que não é, nunca esteve na moda, e ninguém vai achar legal.


Servido por Silvia C Planet às 11:31 . |